José Malhoa
 Nota: Para o cantor português, veja José Malhoa (cantor).
 Nota: Para o cantor português, veja José Malhoa (cantor).| José Malhoa | |
|---|---|
|  José Malhoa | |
| Nome completo | José Vital Branco Malhoa | 
| Nascimento | 28 de abril de 1855 Nossa Senhora do Pópulo, Caldas da Rainha, Portugal | 
| Morte | 26 de outubro de 1933 (78 anos) Figueiró dos Vinhos, Portugal | 
| Principais trabalhos | O Fado | 
| Área | Pintura, desenho | 
| Movimento(s) | Naturalismo | 

José Vital Branco Malhoa GOSE (Nossa Senhora do Pópulo, Caldas da Rainha, 28 de abril de 1855 – Figueiró dos Vinhos, 26 de outubro de 1933) foi um pintor, desenhador e professor português. Foi pioneiro do Naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo do Leão.[1] Destacou-se também por ser um dos maiores pintores portugueses, e dos que mais se aproximou da corrente artística Impressionista.
Biografia
[editar | editar código fonte]José Vital Branco Malhoa nasceu na Travessa de São Sebastião, freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, nas Caldas da Rainha, em 28 de abril de 1855. Era filho de Joaquim Malhoa, natural das Caldas da Rainha (freguesia de Coto), e de Ana Clemência, também natural da freguesia de Nossa Senhora do Pópulo.[2][3][4]
Foi para Lisboa aos oito anos, ao cuidado do seu irmão mais velho, Joaquim. Com apenas 12 anos, trabalha com o entalhador Leandro Braga, e entra para a Real Academia de Belas-Artes de Lisboa, tendo aulas com Victor Bastos, Nunes Prieto, José Maria Franco, Thomaz da Anunciação, Miguel Angelo Lupi e Simões de Almeida[5]. Com aproveitamento medíocre numa fase inicial, e após recusas para uma bolsa de estudos em Paris, acabou por se empregar no comércio de confeções femininas, na Rua Nova do Almada em que já trabalhava o seu irmão mais velho, Joaquim.[6][7][8]
A 29 de janeiro de 1880, casou na igreja paroquial do Sacramento, em Lisboa, com Juliana Júlia de Carvalho (Santo André e Santa Marinha, Lisboa, c. 1854), filha de pais incógnitos.[3] Nesse ano expõe e ganha medalha de bronze na Sociedade Promotora de Belas Artes.[5] Passa a expor regularmente.
Em 1881, revista O Occidente e é membro fundador do Grupo do Leão, participando na primeira exposição deste grupo, com 7 obras, na Sociedade de Geografia de Lisboa.
Em 1885, aos 30 anos, José Malhoa estabeleceu o seu primeiro atelier no Pátio Martel, em Lisboa. Este espaço foi fundamental para o desenvolvimento da sua carreira artística, permitindo-lhe explorar temas de género e consolidar o seu estilo naturalista. Uma obra significativa deste período é O Viático ao Termo, considerada um marco na sua trajetória.[9] No ano seguinte, pinta o tecto do Palácio Burnay.
Em 1888, pinta decorações para o Palácio da Ajuda. Dois anos depois, pinta o retrato de D. Carlos e associa-se ao Grémio Artístico, com quem passa a expor regularmente.
Inicia a construção da sua casa em Figueiró dos Vinhos, em 1895 – o Casulo. Em 1900, ganha a medalha de prata na Exposição Universal de Paris. Em 1901 recebe a Ordem de Isabel a Católica. Foi eleito como o primeiro presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes.

Em 1904, inicia a construção de uma casa para servir como residência e atelier, que recebeu o Prémio Valmor em 1906 devido à sua arquitetura distinta.[10] Hoje é a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, também conhecida como Casa Malhoa, projeto do arquiteto Manuel Joaquim Norte Júnior. Em 1906, é condecorado pelo Presidente da República francesa com o Grau de Cavaleiro da Legião de Honra. Teve colaboração artística na revista Atlantida[11] (1915–1920). Em 1928, foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[12] Em 1933, é criado o Museu José Malhoa, em notícia oficiosa.[5]
A 26 de Outubro de 1933, morre com uma pneumonia em Figueiró dos Vinhos. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Algumas obras
[editar | editar código fonte]- Paisagem Lacustre (1876)
- O Ateliê do Artista (1893/4)
- Os Bêbados (1907)
- Ilha dos Amores (1908)
- O Fado (1910)
- Praia das Maçãs (1918)
- Clara (1918)
- Outono (1918)
- Primavera (1918)
- As Promessas (1920)
- Conversa com o Vizinho (1932)
Leilão
[editar | editar código fonte]O quadro a óleo "Na horta" foi vendido em 31 de maio de 2016, por 40 mil euros, num leilão de artes e antiguidades em Lisboa.[13]
Ver também
[editar | editar código fonte]- Naturalismo em Portugal
- Museu de José Malhoa (Caldas da Rainha)
- Museu Mariano Procópio (Minas Gerais)
- Obra O Casulo de Malhoa
Referências
- ↑ Museu Antônio Parreiras. Anais, Volume 1. 1952. pp. 245.
- ↑ «Livro de registo de batismos da Paróquia de Nossa Senhora do Pópulo - Caldas da Rainha (1832-1855)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Distrital de Leiria. p. 244v
- ↑ a b «Livro de registo de casamentos da paróquia do Sacramento - Lisboa (1874-1884». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 175 e 175v, assento 6 (de 1880)
- ↑ Viterbo, 1988:381
- ↑ a b c Saldanha, Nuno (1 de dezembro de 2006). «José Vital Branco MALHOA (1855-1933): o pintor, o mestre e a obra». José Vital Branco Malhoa (1855-1933). Consultado em 22 de outubro de 2025
- ↑ Ocidente, Volumes 20-21. [S.l.]: Universidade de Michigan. 1943. p. 273
- ↑ «Biografia de José Vital Branco Malhoa». Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos. Consultado em 11 de fevereiro de 2014
- ↑ «O essencial sobre José Malhoa - José-Augusto França» (PDF). Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Consultado em 8 de julho de 2025
- ↑ «José Vital Branco - Malhoa 1855-1933: o pintor, o mestre e a obra». Academia.edu. Consultado em 22 outubro 2025
- ↑ «Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves». Museus e Monumentos. Consultado em 22 outubro 2025
- ↑ Rita Correia (19 de Fevereiro de 2008). «Ficha histórica: Atlantida: mensário artístico, literário e social para Portugal e Brasil» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Junho de 2014
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "José Malhoa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 20 de fevereiro de 2015
- ↑ «Quadro "Na Horta" de José Malhoa vendido por 40 mil euros»
Bibliografia
[editar | editar código fonte]- Henriques, P.: José Malhoa; INAPA, Lisboa, 1996. ISBN 9-729-01987-8
- CALISTO, Rui. Malhôa Inédito - Genealogia; Centro de Documentação; Documentação Inédita e Esparsa. 1ªed. Lisboa-São Paulo, Editora Martins Fontes Portugal – Instituto Cultural e Humanístico “José Martins Fontes”, 2018, 104p. ISBN 978-989-20-8318-6
 
	











